Estante Legal: Biscaia e o submundo do crime organizado e da política
Há múltiplas formas de leitura para Biscaia, o livro que o jornalista Marcelo Auler, lança hoje à noite no Rio, com a biografia de Antônio Carlos Biscaia, procurador de Justiça aposentado e ex-deputado federal três vezes pelo PT. Mesmo os leitores menos atentos encontrarão facilmente no livro uma fartura de ingredientes explosivos sobre os bastidores da política. Outros terão o foco desviado para o vertiginoso avanço do Ministério Público, com todas as suas mazelas e virtudes relatadas por quem viu de dentro e influenciou as mudanças. Mas a leitura mais apaixonante talvez seja encarar as 342 páginas do livro como a primeira grande reportagem sobre as raízes das tenebrosas relações entre o crime organizado, a polícia e os políticos, além do próprio Judiciário fluminense nas décadas de 80 e 90.
Livre dos limites da cobertura jornalística diária, Marcelo Auler, repórter experiente, com 38 anos de bagagem, oferece aos leitores uma grande radiografia sobre o Rio de Janeiro, que surge do submundo e não dos cartões postais. O fio condutor é, mesmo, a vida pessoal e profissional de Antônio Carlos Biscaia, antes e depois de duas passagens como procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, ambas nas duas ocasiões em que Leonel Brizola governou o estado. Na primeira vez, bateu de frente com a cúpula da polícia ao determinar a abertura de inquérito para apurar os crimes cometidos pelos bicheiros. Se não bastasse, assinou uma resolução pela qual designava um promotor para cada Delegacia de Polícia, com a missão de fiscalizar abusos e possíveis casos de violência ou tortura.
Marcelo Auler lembra no livro que a primeira reação veio do então todo poderoso secretário de Polícia Civil, Arnaldo Campana, alegando que a política adotada pelo gov...
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