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25 de Abril de 2024
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    Os fracassos e esforços internacionais para manter a paz mundial

    Publicado por Consultor Jurídico
    há 9 anos

    Entrevista concedida pelo historiador inglês Mark Mazower, autor do livro Governando o Mundo a história de uma idéia, ao jornalista Lucas Mendes, para o programa Milênio, da GloboNews. O Milênio é um programa de entrevistas, que vai ao ar pelo canal de televisão por assinatura GloboNews às 23h30 de segunda-feira com repetições às terças-feiras (11h30 e 17h30), quartas-feiras (5h30), quintas-feiras (6h30 e 19h30) e domingos (7h05).

    Nosso planeta vai fazer 68 anos sem uma grande Guerra, um dos mais longos períodos pacíficos da história, mas não há festivais para comemorar a paz e a ordem mundial. Há zonas de conflitos agudos na Síria, Líbia, Afeganistão, Iraque e Ucrânia. E crônicos entre Israel e Palestina. A União Europeia está ameaçada pelas crescentes dúvidas sobre o Euro e pela instabilidade do líder Russo. As grandes potências estão em perigosos cursos de colisões armadas econômicas, ecológicas, políticas e religiosas. O diplomata mais influente do nosso tempo Henry Kissinger vê o principal líder, os Estados Unidos, sem interesse em liderar e sem uma visão de uma nova ordem mundial. O inglês Mark Mazower (foto) professor de história na Universidade de Columbia em Nova York é conhecido pelos seus livros sobre história europeia, Grécia e países Bálcãs, no seu último livro Governando o Mundo a história de uma idéia, ele conta sobre os esforços e fracassos de criar leis e organizações internacionais para manter o mundo em ordem e em paz.

    Lucas Mendes — Quando analisa a Europa hoje, o que vê em termos de guerra internacional?
    Mark Mazower —
    Vejo um dos projetos políticos de maior sucesso do pós-guerra, a União Europeia, que funcionou no sentido de que foi criada para tornar a guerra impossível entre a França e a Alemanha. Hoje uma guerra entre França e Alemanha é impossível. Agora essa conquista precisa se justificar para a nova geração. E isso está sendo difícil por dois motivos. Um deles está nas manchetes atualmente: a expansão da União para o leste, de forma muito pacífica, e a pretensão da União de falar em nome da Europa impõem a ela certas expectativas, em situações como a da Ucrânia, na Crimeia, que ela não está muito bem equipada para satisfazer. O segundo desafio da União Europeia é o produto de suas próprias diretrizes: a austeridade. Essas diretrizes criaram desequilíbrios tremendos, ou melhor, acentuaram desequilíbrios que já existiam entre o norte e o sul da Europa. E provocaram um grande desgaste no apoio à União Europeia.

    Lucas Mendes — E de quem é a culpa pelos problemas que enfrentamos hoje? Os políticos, os diplomatas, os ricos, as instituições financeiras?
    Mark Mazower —
    Como qualquer pessoa envolvida numa relação sabe, a pergunta “de quem é a culpa” não tem uma resposta só. Acho que não há uma única resposta para essa pergunta. Para começar, eu diria que grande parte da culpa é da classe política, porque ela apostou num conceito muito limitado de política. Em algum momento dos anos 1990, a crença de que a globalização, principalmente das finanças, resolveria todos os problemas. Quando a crise financeira começou, eles só pensaram em como salvar o sistema financeiro, e todos os outros aspectos que eram considerados parte dos deveres dos políticos, como pensar no bem da sociedade, pensar nos pobres, pensar na redistribuição de renda, ficaram em segundo lugar por causa do problema imediato de salvar o sistema financeiro. E acho que esse foi o maior problema. Mas não acho que a culpa seja só dos políticos, porque os políticos dos países ricos não conseguiram convencer os eleitores de que outras coisas eram necessárias. Então houve uma falta de solidariedade em toda a Europa. Ficou claro, durante a crise, que a União Europeia não conseguiu aprofu...

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