Mas, afinal, o que está ocorrendo na Itália?
Mas, afinal, o que está ocorrendo na Itália?, me perguntou um aluno recentemente. A resposta não foi fácil tanto que tive de recorrer aos amigos Adolfo Bracci, Marina Finestrali e Luiz Lentz e, por isso, me parece absolutamente pertinente ser esboçada aqui neste Diário de Classe, tendo em vista a importância do tema para a compreensão das relações entre Direito, democracia e política no paradigma do Estado Democrático de Direito. Desde o término do governo tecnocrata de Mario Monti forçado a antecipar sua saída após obter a aprovação do orçamento de 2013 e o resultado das eleições legislativas realizadas em fevereiro, a Itália vive uma situação anômala, marcada pela instabilidade política e, sobretudo, pelo fantasma da ingovernabilidade.
Parece o conhecido romance de José Saramago, Ensaio sobre a lucidez. Mas não é. No livro do renomado escritor português, os cidadãos comparecem às urnas para, em duas oportunidades seguidas, votar em branco. Este é o protesto que fazem contra a classe política e, de modo geral, contra o modelo (moderno) da democracia representativa.
No caso italiano, por sua vez, também se observa um fenômeno interessante: o surgimento e crescimento do Movimento 5 Estrelas (M5E), liderado pelo comediante genovês Beppe Grillo afastado da televisão, nos anos 80, por causa de sua contudente sátira política , que alcançou um patamar inimaginável nas últimas eleições, tornando-se a terceira força no país.
Impulsionado pela falência da política berlusconiana e pelos recentes equívocos do Partido Democrático, o movimento foi fu...
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