Entrevista: Rui Celso Reali Fragoso
Muitas vezes confundido com o acusado que defende e visto como responsável por burocratizar a Justiça, o advogado sofre uma crise de credibilidade em meio a uma série de recentes ataques às suas prerrogativas. Para piorar a situação, a imagem da classe acaba abalada em conseqüência da morosidade da Justiça.
A opinião é do advogado Rui Celso Reali Fragoso, ex-presidente do Iasp — Instituto dos Advogados de São Paulo e candidato de oposição à presidência da seccional paulista da OAB. “Toda vez que há uma dificuldade do Judiciário em resolver uma questão, a punição é transferida à advocacia.”
O advogado considerou estarrecedor o fato de ver e-mails trocados entre advogados e clientes usados para sustentar decisões judiciais. “É estarrecedor que uma sentença judicial mencione a conversa ou a violação dos e-mails mantidos entre cliente e seu advogado. Essa relação é sagrada. É como a relação entre o médico e o paciente, o fiel e o padre.” E afirmou que o momento para a advocacia no Brasil “é mais grave do que na Ditadura. Tempos atrás não havia a democracia, mas o advogado conseguia examinar os autos e sabia porque o acusado estava sendo preso”.
Para Fragoso, a sociedade se frustra com a lentidão do julgamento dos processos e com a demora na condenação de acusados por crimes divulgados pela imprensa e toda essa indignação é voltada para a figura do advogado, como se ele fosse o responsável por essas situações.
Questionado sobre como explicar a um cliente que seu recurso demorou cinco anos para ser distribuído — o que acontecia até há pouco tempo no Tribunal de Justiça de São Paulo —, o advogado respondeu à perg...
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