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26 de Abril de 2024
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    Gestão do futebol brasileiro entre os caminhos da estatização e da privatização

    Publicado por Consultor Jurídico
    há 10 anos

    A seleção brasileira chumbou na Copa do Mundo. Perdeu de um jeito que nem o maior secador do escrete canarinho poderia imaginar. Para quem gosta de futebol, mesmo sem entender de esquemas táticos ou da “epistemologia do futebol” (Streck), fica evidente que um placar de 7 a 1, em uma semifinal, é um ponto fora da curva, para usar uma expressão da moda.

    Impressionou-me a reação das crianças que estavam no estádio e que choravam copiosamente diante das lentes das câmeras. Lembrei-me das sensações que tive quando da derrota diante da Argentina, na Copa da Itália em 1990. Tinha eu recém completado nove anos e adorava futebol. Meu pai havia incutido em mim o gosto pela coisa. Careca e Romário eram os meus heróis na época. Naquela copa, Romário pouco jogou, em virtude de uma lesão no tornozelo. Em alguma medida, minha frustração por não poder vê-lo jogar em alto nível foi similar àquela sentida pela contusão de Neymar na Copa atual, que o tirou do fatídico jogo frente à seleção alemã.

    Claro, o placar em 1990 não foi tão expressivo e massacrante. Ao contrário, um mísero 1 a 0. Mas foi uma derrota nas oitavas. E para a Argentina. A explosão foi da mesma magnitude: uma hecatombe futebolística. Em 1994, quando o Brasil ganhou novamente o Mundial, eu já não me empolgava tanto com o meu herói de outrora. Não que Romário não jogasse um futebol admirável. Na verdade, eu já não era o mesmo. Nem tão ingênuo quanto em 1990, nem mais tão apaixonado por futebol. A essa altura, a música já havia assumido o lugar da bola em meus interesses extraescolares.

    Mas, por mais distante que eu ficara, nunca deixei de cultivar certa paixão pelo jogo. Depois, já adulto, descobri em meio aos meus estudos sobre a identidade nacional, inúmeros trabalhos que exploravam o futebol como elemento de conformação de uma espécie de sentimento nacional entre nós (uma discussão interessante sobre o tema pode ser vista neste link). Também ficava claro para mim, cada vez com maior intensidade, a importância política que esse esporte possui, algo que não é, a toda evidência, uma peculiaridade brasileira.

    A “derrota acachapante”, como vem sendo chamado o evento da última terça-feira (8/7), trouxe à tona certos fantasmas que vivem entre nós há muito tempo. Eu os vejo assombrar-nos desde aquela eliminação em 1990. Deita-se falação sobre uma pretensa exaustão do futebol brasileiro pelos mais diversos motivos. Necessidade de formação de novos jogadores, reciclagem de técnicos defasados e modificações na gestão do esporte no Brasil. A cada derrota sofrida em uma Copa do Mundo, assiste-se repetidas vezes ao mesmo espetáculo: renovam-se atletas e trocam-se os técnicos.

    Por outro lado, uma verdadeira reforma na gestão do futebol no Brasil sempre f...

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