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26 de Abril de 2024
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    "Osama Bin Laden nunca foi lançado ao mar"

    Publicado por Consultor Jurídico
    há 8 anos

    Entrevista concedida pelo jornalista Seymour Hersh, ao jornalista Luis Fernando Silva Pinto, para o programa Milênio — um programa de entrevistas, que vai ao ar pelo canal de televisão por assinatura GloboNews às 23h30 de segunda-feira com repetições às terças-feiras (17h30), quartas-feiras (15h30), quintas-feiras (6h30) e domingos (14h05).

    Dos horrores da Guerra do Vietnã traduzidos na denúncia do massacre de centenas de civis no vilarejo de My Lai aos erros da guerra contra o terror, iniciada pelos Estados Unidos depois do 11 de setembro. Da falta de uma estratégia clara e objetiva no combate ao Estado Islâmico aos questionamentos sobre a versão oficial para a morte de Osama Bin Laden. Da habilidade do presidente Barack Obama em lidar com a mídia aos novos desafios do jornalismo em tempos de revolução tecnológica e conceitual. Temas delicados, por vezes explosivos, que nunca assustaram o repórter Seymour Hersh, grande nome da imprensa americana e destaque do Festival Piauí GloboNews de Jornalismo. O colaborador da revista The New Yorker falou a Luis Fernando Silva Pinto para o Milênio ainda em Washington sobre os desafios da profissão e a hora da verdade dos grandes jornais.

    Luis Fernando Silva Pinto — Você trabalhou para alguns dos maiores jornais do país, o New York Times. Como os vê agora? Se fossem indivíduos, seriam descritos por você como saudáveis por você ou decrépitos?
    Seymour Hersh — Acordo todo dia e fico maluco com os jornais, porque... O New York Times é de longe o melhor jornal do país, faz um trabalho de qualidade, mas com grande frequência apenas segue a linha da empresa, a Casa Branca. Não esqueça que eu apareci para o jornalismo nos dias de Nixon e Kissinger, um tempo em que começamos a derrubar a noção de presidência imperial. E era difícil para o New York Times fazer isso, tempos duros nos anos 70. Além disso, repórteres demais, por tempo demais, houve um tempo em que os caras meio que gostavam de mim. Sou de classe média, boa formação, mas não fui editor do jornal de Direito de Harvard, o Crimson, não estive em Yale, IVY League, era meio que um menino de rua, da classe trabalhadora de Chicago. Mas aí vi esse longo período em que um monte de gente elegante começou a trabalhar, vindo direto do Crimson, para os jornais. É um ponto de vista diferente. Menos sujeira debaixo das unhas, sabe? Acho, basicamente, que acabou para os jornais. Por causa da internet, por causa da velocidade da notícia hoje. E a verdade é que você pode publicar, se não consigo publicar aqui, posso ir para a London Review sem pensar duas vezes. A London Review pública online e bum! Ou seja, é um mundo diferente hoje e os garotos de hoje entendem que estamos falando de um mundo de BuzzFeed, HuffPost, é um mundo de comunicação diferente.

    Luis Fernando Silva Pinto — A qualidade do jornalismo, impresso e online, na sua opinião, é comparável ou não?
    Seymour Hersh —
    Acho que os grandes jornais ainda fazem um bom trabalho. Ainda, os jornais de Washington, ainda fazem um bom trabalho. A reportagem online, os blogs e o twitter, que têm muita coisa interessante a dizer. Pode levar a muita história maluca. A notícia circula com tamanha velocidade, sem checagem. Isso tudo me preocupa. Porque a notícia corre rápido, sem verificação. Erros terríveis são cometidos.

    Luis Fernando Silva Pinto — Há toda uma geração de pessoas que cresceram lendo o Pravda ou o Granma, que se dedicaram a ler nas entrelinhas. Precisamos ler nas entrelinhas hoje? Com tudo aquilo a que estamos expostos, tudo o que você descreveu? Precisamos aprender a ler melhor?
    Seymour Hersh —
    Estou meio chocado. Só para falar de algo bem atual. Tem o Putin, não importa o que se pense dele. Tem o Putin, com um sério problema de terrorismo, que também entende, como entendemos, que o Estado Islâmico, esse grupo maluco à solta na Síria e no Iraque, causando muitos problemas. Há um número gigantesco de homens que lutaram nos levantes islâmicos na Chechênia, contra a Rússia, houve duas guerras ali....

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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/osama-bin-laden-nunca-foi-lancado-ao-mar/258701838

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