Busca sem resultado
jusbrasil.com.br
19 de Abril de 2024

Bolsonaro quer 21 ministros no STF e "carta branca" para policial matar

Publicado por Consultor Jurídico
há 6 anos

*Este texto integra uma série de reportagens sobre as propostas dos candidatos à Presidência da República para o Judiciário, o Ministério Público, as polícias, a advocacia pública, a legislação penal e o sistema penitenciário.

Para diminuir uma suposta parcialidade do Supremo Tribunal Federal e teoricamente assegurar maioria em votações de interesse do governo, o candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) propõe elevar o número de ministros de 11 para 21 e nomear 10 do "perfil" do Sergio Moro, juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba. Além disso, o capitão da reserva do Exército quer acabar com a progressão de regime, instituir a prisão perpétua e isentar policiais e integrantes das Forças Armadas de responderem por homicídios que cometerem em serviço.

Em entrevista concedida à TV Cidade, de Fortaleza, em junho, Bolsonaro foi perguntado se indicaria Moro, responsável pelos processos em primeira instância da operação “lava jato” no Paraná, para o STF.

“Da minha parte, tudo bem. Eu não sei se ele [Moro] aceitaria integrar essa corte. Mas com pessoas do perfil dele, que o próximo presidente poderá indicar apenas dois, a gente muda, com toda a certeza, as decisões do Supremo Tribunal Federal, que, lamentavelmente, tem envergonhado a todos nós nos últimos anos”, respondeu o militar.

Ele também disse ser favorável à ampliação do número de ministros da corte. “A questão do Supremo, o que nós temos discutido, é, sim, aumentar para 21 [ministros]. Você pode falar ‘é um absurdo!’. Mas é uma maneira de você botar 10 isentos lá dentro. Porque da forma como eles têm decidido as questões nacionais, nós realmente não podemos sequer sonhar em mudar o destino do Brasil. Eles têm poderes para muita coisa”, declarou Bolsonaro, citando como exemplo a possibilidade de o STF mudar de entendimento sobre a possibilidade de execução da pena após condenação em segunda instância.

A proposta de Bolsonaro evoca alteração feita na corte durante a ditadura militar (1964-1985). Por meio do Ato Institucional 2, de 1965, o presidente Castello Branco aumentou de 11 para 16 o número de ministros do STF. A ideia era diluir o poder dos magistrados indicados pelos presidentes João Goulart e Juscelino Kubitschek.

Em janeiro de 1969, três integrantes do Supremo foram sumariamente aposentados com base no Ato Institucional 5: Evandro Lins e Silva, Hermes Lima e Victor Nunes Leal. Os três eram considerados de esquerda pelos militares por terem ocupado cargos nos governos de Jango e JK. Ao tomarem notícia das cassações pelo programa Voz do Brasil, os ministros Antônio Gonçalves de Oliveira (então presidente do tribunal) e Antônio Carlos Lafayette de Andrada renunciaram aos seus postos.

Com a possibilidade de nomear cinco novos integrant...

Ver notícia na íntegra em Consultor Jurídico

  • Sobre o autorPublicação independente sobre direito e justiça
  • Publicações119348
  • Seguidores10982
Detalhes da publicação
  • Tipo do documentoNotícia
  • Visualizações981
De onde vêm as informações do Jusbrasil?
Este conteúdo foi produzido e/ou disponibilizado por pessoas da Comunidade, que são responsáveis pelas respectivas opiniões. O Jusbrasil realiza a moderação do conteúdo de nossa Comunidade. Mesmo assim, caso entenda que o conteúdo deste artigo viole as Regras de Publicação, clique na opção "reportar" que o nosso time irá avaliar o relato e tomar as medidas cabíveis, se necessário. Conheça nossos Termos de uso e Regras de Publicação.
Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/bolsonaro-quer-21-ministros-no-stf-e-carta-branca-para-policial-matar/629394797

6 Comentários

Faça um comentário construtivo para esse documento.

Não use muitas letras maiúsculas, isso denota "GRITAR" ;)

"botar 10 isentos lá dentro". Isentos que concordem com ele e com suas ideias. Alguém precisa ensinar a esse senhor o significado do termo "isenção".
Lembrando que Hugo Chavez deu este mesmo golpe na Venezuela. continuar lendo

O problema talvez seja que seu adversário é um poste daquele que mais apoiou e financiou Hugo Chavez (entre outros do mesmo naipe).

Isso pra não falar que os 11 atuais já não são nada isentos. Ninguém chega lá atoa.

Tá difícil. continuar lendo

''Criada em 1997, a revista eletrônica Consultor Jurídico é uma publicação independente sobre direito e justiça que se propõe a ser fonte de informação e pesquisa no trabalho, no estudo e na compreensão do sistema judicial. A ConJur é editada por jornalistas com larga experiência nas mais conceituadas publicações brasileiras, que zelam pela fidelidade das informações veiculadas.''

Com esse título sensacionalista vocês tem coragem de dizer que produzem ''publicação independente''?
Vocês querem ser fonte de informação e compreensão do sistema judicial dizendo que o candidato prega ''carta branca'' para matar e não discorrem sobre o instituto da excludente de ilicitude proposta por ele?
Vocês zelam pela fidelidade das informações? Vejo mais um canal de fake news que não se propõem ao menos tentar aplicar suas ideias de esquerda de modo juridicamente justificável. Em suma, mais do mesmo jornalismo parcial e maculado de nosso país. continuar lendo

Demilson,

Quando as inverdades são reproduzidas contra opositores aos partidos de esquerda pode, agora quando você vai contra as ideias e a atual política pregada e utilizada no dia a dia você LEVA FACADA; o AVI~~AO MISTERIOSAMENTE CAI (Eduardo Campos), mas nunca vê acontecendo nada do gênero com o partido de esquerda, muita coincidência essa nossa "democracia" que já deixou de ser faz tempo, virou apenas uma utopia no papel maquiada por ideologias e seus pensantes que não entendem a verdade prática e a desconhecem. continuar lendo

De fato o Conjur nunca foi isento. Lembro o início da Lava Jato onde ele buscava desesperadamente influenciar a comunidade jurídica em prol da visão dos "super-advogados" que ganham milhões dos envolvidos no pior da corrupção. continuar lendo

Se for para ter 21, melhor ter logo 27. E voltar à lista tríplice, conforme a prática de escolha do nosso Senado, nos tempos do Império. Três nomes eleitos, (sim, eleitos), um - em regra, mas não necessariamente, o mais votado - para compor a corte, passando, por óbvio, pelo crivo legislativo. Mas a proposta evidentemente não é essa.

Mudar isto nesta altura do campeonato, quando o STF é escolhido por discricionariedade do Presidente, e não por outros mecanismos externos, é um verdadeiro atentado às nossas instituições. A idéia pode até ser aprimorada - 21 ministros; mas uma vaga a ser aberta em cada mandato presidencial (no próximo - 12, seguinte, 13, e assim sucessivamente).

10 de uma vez é lambança. continuar lendo